Os contos populares fizeram o encanto das crianças do meu tempo de menino e moço (…) Contar e ouvir histórias era o passatempo favorito das horas livres. Principalmente em três locais caídos em desuso: no monte, no forno, ao serão. Na minha infância, andavam no monte pelo menos duas pessoas de cada casa: uma com a rês, outra com as vacas. Nos extensos baldios, o gado não dava grande trabalho. Era preciso matar o tempo. Formavam-se grupos. E havia sempre alguém de mais idade ou mais jeito para contar histórias. (…) ‘ Anda comigo com a rês que te conto uma história…’, dizia a avozinha à neta. E a menina lá ia, toda vaidosa, fiada no conto.”