Na boca de um lobo muito bobo, viajaremos, bem aconchegadinhos, até às profundezas da floresta. Lá, encontraremos uma raposa gaiteira, devoradora de sardinhas, um mocho sabichão de bom coração e um corvo-tenor que é bom cantor.
Para embelezar a viagem, levaremos o nosso grande poeta Bocage. Uma viagem através da poesia, contos e fábulas da nossa tradição oral, repleta de peripécias, cantigas e muita alegria.
Contam que certa raposa,
Andando muito esfaimada,
Viu roxos, maduros cachos
Pendentes de alta latada.
De bom grado os trincaria;
Mas sem lhes poder chegar,
Disse: — “Estão verdes, não prestam,
Só cães os podem tragar” (…)
Manuel Maria Barbosa du Bocage